Moradia compartilhada: realidade e dicas para funcionar
Moradia compartilhada: realidade e dicas para funcionar
Primeiramente, esqueça tudo que você já ouviu sobre como “os jovens atuais não querem comprar uma casa” ou “millenials não sonham com a casa própria” como muitos websites tendem a dizer. Afinal, estamos aqui para desmistificar essa ideia e também trazer dicas para bom convívio em moradia compartilhada nos momentos da vida em que essa é a solução encontrada.
De acordo com a pesquisa Censo de Moradia, encomendada pelo Quinto Andar e desenvolvida pelo Datafolha em 2021, 91% dos brasileiros de 21 a 24 anos desejam comprar a casa própria. Assim, são justamente os jovens a faixa etária que mais valoriza esse sonho.
Entretanto, 70% dos mais de 3 mil entrevistados alegam não possuir renda suficiente para a realização desse sonho. Levando em consideração a queda do rendimento domiciliar per capita, podemos entender porque muitas pessoas acabam optando não apenas por alugar, mas também por compartilhar o mesmo imóvel.
Seja com conhecidos ou desconhecidos, em repúblicas, casas ou apartamentos, chamando de coliving, flatsharing ou qualquer outro nome escolhido. A verdade é que dividir os custos do aluguel e das contas básicas de uma casa diminui os gastos mensais. Para muitos, essa é uma economia preciosa no orçamento.
Inclusive, 63% dos brasileiros já dividiu residência com outras pessoas não familiares. É o que concluiu um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Certamente, muitos são jovens estudantes mudando da sua cidade de origem para estudar, porém já é comum que trabalhadores em início, meio e até já avançados na carreira recorram a essa solução para tirar o máximo proveito do salário recebido.
Se você se encontra nessa situação ou a está considerando, fique atento às próximas dicas e veja como evitar atritos e fazer a sua vida compartilhada funcionar:
Comunicação é a regra!
Pode parecer óbvio, mas lembre-se: nada é óbvio demais que não precisa ser dito. Se essa é a sua primeira vez morando fora da casa familiar, pode ser ainda mais difícil lembrar desse detalhe. Mas tenha sempre em mente: as outras pessoas não foram criadas como você e podem não compartilhar de hábitos que lhe parecem incontestáveis.
Na sua casa, as toalhas ficam no banheiro após o banho ou são estendidas na lavanderia? Você deixa os “calçados da rua” ao lado da porta e usa apenas pantufas ou chinelos “de dentro de casa” ou isso nunca lhe passou pela cabeça? Os vidros das janelas são limpos regularmente ou é algo que você raramente lembra?
Não apenas coisas grandes como divisão de contas, recebimento de visitas e rotina de limpeza devem ser conversadas, mas também pequenos hábitos diários podem acabar virando motivo de discussão se não abordados com uma mente aberta e conversa sincera.
Quem consome paga as contas
Aliás, falando em divisão de contas e visitas. Por quanto tempo uma visita ainda é considerada visita? Já que o maior motivo para dividir o local onde você mora com outros é justamente a economia de gastos, é de se esperar que tudo que aumente esses gastos deva ser conversado.
Afinal, uma visita de parente ou amizade por um ou dois dias esporadicamente é diferente de ter seu namorado ou namorada por três dos quatro dias da semana todas as semanas. Nesse ponto, já podemos ver aí um novo morador que acrescenta no valor das contas de água e luz mensais, não?
Tudo bem que possa parecer algo rígido, mas todas as relações monetárias, por mais amigáveis que sejam, precisam estabelecer limites a serem seguidos para funcionar.
Adicionalmente, aproveitando que estamos no tema das contas, deixe claro desde o princípio que a utilização de equipamentos com alto consumo de energia que beneficiam a apenas uma pessoa, como ar-condicionado ou estufa, serão calculadas separadamente. Afinal, não seria justo dividir a conta igualmente quando apenas uma pessoa usufrui dos benefícios, não é mesmo?
Dica rápida: Checando as características do equipamento, é possível descobrir o consumo de watts por hora. Já na sua conta de luz, você encontra o valor cobrado por watts na sua cidade no momento.
Acima de tudo, seja humano
Por mais importante que possa ser criar e respeitar regras de limpeza, manutenção, tempo, comportamento ou o que for, nunca deixe de lembrar que uma moradia compartilhada é uma situação que interliga a sua vida a de outras pessoas. Sem dúvida nenhuma, é de esperar que as responsabilidades sejam priorizadas mesmo em momentos de uma rotina louca que soma estudo, trabalho, lazer e obrigações e as faz caber nas 24 horas dos nossos dias.
Entretanto, precisamos estar abertos para alargar prazos ou permitir mudanças frente a imprevistos e situações penosas para um companheiro de lar. Seja pelo burnout que aflige a tantos, questões de saúde emocional ou física e até mesmo familiares.
Este texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do Blog Fundacred, onde você pode encontrar conteúdos informativos sobre diversos segmentos como educação, inovação, carreira, entretenimento, entre outros.