Indústria pet em 2022 tem aumento em relação ao ano anterior
Indústria pet em 2022 tem aumento em relação ao ano anterior
Aumento é resultado das indústrias terem optado por reduzir sua margem de lucro e, por enquanto, não repassar o custo ao consumidor final
Em comparação com 2021, a indústria pet teve 17% de crescimento no faturamento, e vai arrecadar, até o final deste ano, aproximadamente R$ 41,8 bilhões. O levantamento realizado pela Abinpet não considera a venda de animais direto do criador ou o varejo, mas sim as compras realizadas em atacado e exportações.
Dentre os produtos para animais de estimação mais comprados estão a comida para pets, chamada na pesquisa de pet food, representando 80% do valor total. Apesar disso, não significa que as famílias aumentaram o consumo, pelo contrário, foi a matéria-prima que encareceu e as indústrias precisaram mudar sua estratégia.
Inflação e alta das commodities
A inflação e a alta das commodities foram as principais responsáveis por este cenário estável e de crescimento. Nos anos de 2020 e 2021 ocorreu um aumento acima de 100% nas commodities mais usadas na produção das rações, como o milho, o arroz e a soja.
Para que o consumidor não saísse prejudicado, as indústrias optaram por diminuir suas margens de lucro e manter o preço final muito próximo do praticado antes da pandemia. A curto prazo o problema é resolvido e o consumidor final continua comprando o que precisa para seu animal de estimação.
No entanto, segundo Galvão de França, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), “a médio prazo, a conta não fecha. Uma alternativa seria a redução da carga tributária para o setor, ainda muito alta”. Ele ainda complementa explicando que a cada R$ 1 pago pelo produto, R$ 0,50 são impostos.
Setor tido como essencial na pandemia
Durante o auge da pandemia, entre 2020 e 2021, ficou claro o quanto o setor pet é essencial. Para não passar por desabastecimento, foi necessário que a indústria continuasse a produção, mesmo tendo que abrir mão de sua margem de lucro.
Assim, era possível encontrar comidas e produtos para animais de estimação tanto no varejo tradicional, os supermercados, quanto nos especializados, os pet shops e lojas próprias para pets.
A produção da indústria pet
A projeção para 2022 é de que o faturamento da indústria pet chegue aos R$ 41,8 bilhões. Este valor é dividido entre pet food, pet vet e pet care. Como visto anteriormente, 80% é composto por pet food, ou seja, a produção e venda de alimentos para cães e gatos.
Na conta, logo em seguida entra o pet vet, produtos veterinários, com 14% do valor total e o pet care, itens de higiene e bem-estar para animais, com 6%. O crescimento isolado de cada seguimento também foi analisado e quem mais cresceu continua sendo a área de alimentação.
Pet food teve um aumento de 18% em comparação com 2021, com um valor de R$ 33,2 bilhões, logo atrás estão os produtos de pet care, com 16% de crescimento em relação ao ano anterior e previsão de arrecadação de R$ 2,67 bilhões. O setor de pet vet teve aumento em 11%, mas arrecada R$ 5,9 bilhões.
Produção de alimento para pets cresceu 7,2%
Até o final de 2022 a produção de alimento para pets deve chegar ao valor de 3,9 milhões de toneladas. Isso considerando apenas o Brasil. Deste valor, aproximadamente 4% da produção é exportada, enquanto o restante é vendido dentro do país.
A expectativa é que, apenas com a exportação, o setor consiga arrecadar R$ 2,39 bilhões. No entanto, apesar da pet food liderar os lucros, vendas para o exterior de produtos de pet care e pet vet também devem entrar na conta e proporcionar um cenário positivo.
A Abinpet prevê que os três segmentos juntos arrecadem U$ 20 milhões a mais em comparação com 2021, ou seja, em torno de R$ 2,5 bilhões somente com itens exportados.