Representatividade infantil: 5 obras que trazem um novo olhar para as crianças
Representatividade infantil: 5 obras que trazem um novo olhar para as crianças
Livros e filmes abordam personagens de diferentes culturas, ampliando o imaginário infantil
Os livros infantis brasileiros são conhecidos mundialmente pelas suas narrativas criativas e qualidade gráfica. Da mesma forma que a história da princesa Tiana propõe uma visão mais atual de um clássico da Disney, séries renomadas como Turma da Mônica também passaram a incluir personagens mais diversos em suas histórias.
Em um contexto onde a diversidade sai das pautas exclusivamente militantes, e passa a ser um assunto de interesse global, o cenário cultural se obriga a olhar de forma mais atenta para isso. Nos últimos anos, diversas obras infantis foram lançadas, em torno de muitas polêmicas, trazendo à tona questões como diversidade étnica, de gênero e sociais.
Confira um pouco mais sobre o histórico da representatividade dentro da literatura e filmografia infantil, e uma seleção de algumas destas obras que se destacaram no circuito de filmes e livros nos últimos anos.
Como a cultura influencia na visão das crianças
Quem não conhece histórias como Chapeuzinho Vermelho, Pinóquio e o Pequeno Príncipe? Protagonizadas por personagens infantis, essas histórias foram retratadas de diferentes maneiras ao longo do tempo, mas, em sua maioria, por uma visão embranquecida e eurocentrada.
No Brasil, universos como o do Sítio do Pica-Pau Amarelo também foram criticados, por trazerem personagens não-brancos em papéis que reforçam o estigma social. Ao crescerem em meio a produtos culturais que representam apenas um recorte social, as crianças ganham menos autonomia para se reconhecerem enquanto indivíduos na sociedade.
Filmes
Os estúdios Disney e Pixar são dois dos principais produtores de filmes e animações voltadas para o público infantil. Nos últimos anos, a Disney tem investido em trazer obras que exploram uma maior variedade de personagens, de diferentes biotipos, culturas e identidades.
- Soul (2020)
Lançado em 2020, o filme Soul traz como protagonista um professor negro, que tem uma paixão específica: o jazz. Por si só, o filme já ganha pontos em representatividade, apresentando um personagem de outra etnia não branca, e mostrando um contexto cultural descentralizado das culturas associadas à população branca.
- A Princesa e o Sapo (2009)
O universo das princesas da Disney, assim como a boneca Barbie, sempre foram criticados por trazer apenas personagens brancas e elitizadas. No filme de 2009, a princesa Tiana surge com um importante papel para que crianças não-brancas também possam se reconhecer dentro do universo mágico da Disney.
- A Pequena Sereia (2023)
Gerando polêmica antes mesmo de seu lançamento, o filme A Pequena Sereia também traz uma personagem negra como protagonista. A escolha da atriz Halle Bailey surpreendeu a todos, trazendo uma nova perspectiva para uma das histórias mais conhecidas do universo Disney, produções com quase nenhuma presença de personagens não brancos em suas representações.
Livros
A literatura possui um papel fundamental na formação cultural e educacional das crianças. Assim como os filmes voltados para o público infantil, até recentemente, muitos dos lançamentos e reedições de obras literárias focavam em personagens de etnia branca, ou quando não, inserindo personagens negros e indígenas em culturas ocidentais.
- Sinto o que sinto: e a incrível história de Asta e Jaser (2019)
Escrito pelo ator Lázaro Ramos, que ao lado da também atriz Taís Araújo, se tornou uma referência nas discussões de diversidade cultural e racial para crianças, o livro foi lançado em 2019. A narrativa gira em torno de Dan, que é apresentado a um rico universo de seus antepassados, em busca de entender seus sentimentos enquanto indivíduo no mundo.
- Meus Dois Pais (2010)
Conhecido pelas suas novelas, o autor Walcyr Carrasco deu um passo na literatura infantil, com o livro Meus Dois Pais. Nele, o personagem infantil Naldo é inserido em um ambiente onde seu pai, recém-separado de sua mãe, passa a dividir o apartamento com Celso, seu novo companheiro. A narrativa explora de forma simples e educativa como as crianças enxergam o universo da diversidade sexual, dentro do contexto familiar.